sexta-feira, 15 de abril de 2016

MÁRIO DE ANDRADE E A PLUTOCRACIA PAULISTA

                                                                                De Lira Paulistana



Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor.

 Granfino do despudor,
Esporte, ignorância e sexo,
Burro como uma porta:
Um coió. 

Mulher gordaça, filó
De ouro por todos os poros
Burra como uma porta:
Paciência...

 Plutocrata sem consciência,
Nada porta, terremoto
Que a porta do pobre arromba:
Uma bomba.



Mário de Andrade. Poesias completas, 4 ed. SP: Martins, 1974.

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