Não será sempre
assim... Quando não for,
Quando teus
lábios forem de outro; quandoNo rosto de outro o teu suspiro brando
Soprar; quando em silêncio, ou no maior
Delírio de
palavras desvairando,
Ao teu peito o
estreitares com fervor;Quando um dia, em frieza e desamor
Tua afeição por mim se for trocando;
Se tal acontecer,
fala-me. Irei
Procurá-lo,
dizer-lhe num sorriso:“Goza a ventura de que já gozei.”
Depois, desviando os olhos, de improviso,
Longe, ah tão longe, um pássaro ouvirei
Cantar no meu perdido paraíso.
Tradução de Manuel Bandeira
In: Estrela da vida inteira. 20 ed.
RJ;SP: Record, s/d.
it may not always be so; and i say
that if your
lips, which i have loved, should touch
another's, and
your dear strong fingers clutch
his heart, as
mine in time not far away;
if on another's
face your sweet hair lay
in such a
silence as i know, or such
great writhing
words as, uttering overmuch,
stand
helplessly before the spirit at bay;
if this should
be, i say if this should be—
you of my heart, send me a little word;
that i may go
unto him, and take his hands,
saying, Accept
all happiness from me.
Then shall i
turn my face, and hear one bird
sing terribly
afar in the lost lands.
E.E. Cummings, from 100
Selected Poems. Grove Press, 1954
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