Óleo de De Chirico |
INSÔNIA
Ao longe um
cão branquíssimo latindo
Divide a
noite em duas.Se aquele cão fosse negro
Talvez que eu pudesse dormir.
Pressinto
uma bomba atômica
Adormecida
no bosque.
Vivo ou
morto estarei, inculpe ou réu?
Visito-me
ao espelho: sem algemas.Munido de passaporte para este mundo, ou não?
Murilo Mendes. Poesia completa e prosa. Rio: Nova Aguilar, 1994.
Nenhum comentário:
Postar um comentário