Que planeta gerou meu
nascimento?
que paraplégico
planeta? Acesas
estrelas frias, meu
estrumado alento,
teus róseos dentes, Pai,
de eternas presas,
mastigam o osso do
apodrecimento
e esmagam a alma das
minhas tristezas!
Que planeta fez-me em
carne, e não em vento?
Noturna dor de mortais
represas,
já estou morrendo como
um rio em mim,
no leito seco desta
terra: assim...
(Meus órgãos sonham
flores malogradas.)
É meia-noite. Hora eternamente
a bater em minha alma,
um passo à frente,
como uma besta
andando. A chibatadas!
In:
Nauro Machado. Antologia poética, 1980.
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