sábado, 28 de julho de 2012

XANDU


Sou o caboco Marcolino
o inglório

até onde o temor se extravia
                        e se revigora
recortam-se os vultos
            ou seriam as miragens?
dos que me querem levá-la

e não fosse o meu paiol cheio
            - ou melhor: é justo o meu paiol cheio –
não saberia o que esperar de Xandu

eles têm 20, 25
eu derrapo na curva perigosa bem além
(serei o nono boi zebu?)
            a vejo como potranca mas pouco monto
                        ela se vai
                        ela volta

                        ela não volta mais

o sapatinho dela entre meus dentes na ardência da sede me mata
me muero
(o mundo gira entre glote e cérebro
légua tirana
            graciliana)




3 comentários:

  1. Maravilha de poema, Bozzetti.
    Belo, Roberto; Belo Roberto!

    obrigada

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  2. Obrigado digo eu.
    Fiquei curioso de saber de quem se trata. Por que volta e meia pintam essas crueldades? Seja como for, obrigado de novo.

    Roberto Bozzetti

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