quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

NA MEMÓRIA: AS LEITURAS, A ESCRITA, ALGUMAS DECEPÇÕES







Minhas duas primeiras experiências com criação de textos na escola não foram lá muito afortunadas.  Quero dizer, as duas que a lembrança reteve. Não me traumatizaram em absoluto, não mesmo, mas também não sei muito bem o que me fizeram, nem exatamente o que pensar delas – a não ser que foram deploráveis, é claro.  Quem sabe agora, se eu me puser a escrever sobre, eu acabe descobrindo.

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            A primeira que eu  lembro foi de quando eu estava na segunda série.  Depois de  corrigidas a  professora falou das melhores redações, fez aqueles elogios e tal e – olhando para mim, com ar meio maternal,  meio zombeteiro –  entrou de elogiar o que eu tinha escrito, disse que a minha  poderia ter sido  a melhor redação de todas, era a que estava mais bem redigida, sem nenhum “erro” exceto... a flagrante inverossimilhança!
            É certo que ela não falou a expressão, mas é do que se tratava.  Senão, veja-se: a gente tinha que escrever uma istorinha (é, de lá pra cá, eu acho que desaprendi ortografia...), envolvendo um gatinho levado que ia roubar umas postas de peixe na geladeira.  Claro que  era obrigatório um final  de moral edificante que dissesse assim “não foi preciso castigá-lo, pois ele já teve o castigo merecido!...” Pois bem, desenvolvi o tema, lembro perfeitamente de não ter tido a menor dificuldade em preencher o número mínimo de linhas (o que parecia ser sempre a grande tortura da maioria dos colegas), e fiz uma narrativazinha na qual eu contava que depois de ter pego com sucesso a primeira posta, o pobre gatinho deixou cair o prato que estava na geladeira,  já que... a segunda posta o havia mordido! Com o susto, tudo caiu ao chão, tudo se quebrou, o gatinho escapuliu e ninguém pensou em castigá-lo porque “ele já teve o castigo merecido”. 
            Ouvi que os colegas riam ao meu redor, e na mesma hora desconfiei de que havia algo de errado com a palavra “posta”, que eu  tinha escrito  sem ter noção precisa do que seria.  De fato, quando a professora, sempre rindo muito, explicou que era impossível que um uma posta de peixe mordesse o gatinho, é que fui entender que diabos era “posta”, palavra que nunca ouvira, não se usava na minha casa, onde, aliás, comia-se muito pouco peixe.  Lembro que tentei argumentar – eu também acabei rindo um riso amarelo – que eu achava que “posta de peixe” era uma porção de peixes num recipiente  esperando para serem limpos, como eu via minha avó fazer com as sardinhas antes de fritar. Um desses peixes, quem sabe, poderia ainda estar vivo, “nas vascas da morte” (não, a expressão também não me ocorreu, nem poderia)  Mas não me fiz entender.  O certo é que nada disso não me doeu não, tirando o desapontamento de poder ter feito algo perfeito, mas ter tido uma falha que acabara pondo  tudo a perder.  Me lembro que a trapalhada me chamou desde logo a atenção para a importância dos dicionários, tanto que ainda hoje me é muito nítido  que a primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi abrir um e procurar lá a malfadada palavra.






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             Uma segunda experiência  me foi bem mais desgostosa do que essa.  Já era na série seguinte, no começo do ano letivo.  Sei  que tínhamos de fazer aquela manjadíssima redação  sobre as férias, e eu entabulei  uma narrativa de um passeio através de uma trilha na mata, na qual dois irmãos se embrenhavam, descobrindo uma porção de coisas novas.  Morador então de Copacabana, onde também ficava a escola, que lá está até hoje, a Dr. Cócio Barcelos,  na esquina da Av. Copacabana com a Barão de Ipanema, meus pais estavam em vias de construir  esta casinha aqui no brejo onde acabei vindo morar depois de tantos anos, e vínhamos muito para cá, hospedávamo-nos na casa de um parente, enquanto eles tentavam fechar negócio.  Lembro que eu começava então a andar por esses matos e que num dia daquelas férias  andei muito e muito, até a noite começar a cair.  Lembro até hoje com nitidez que o local que me inspirara era então uma picada mato adentro, hoje transformada numa rua aqui perto de mim. Enfim. Ficcionalizei algumas dessas coisas e terminei minha redação com um dos irmãos falando para o outro: “Vamos voltar,  porque as primeiras estrelas já brilham no  céu...” com reticências e tudo.
            Pra quê! Elogios à minha singela estorinha até que vieram, mas o principal estava na pergunta da professora: “Muito interessante o final, mas: de onde você  copiou?”  Gozado que eu tenho a impressão, estou certo que a tive mesmo ao escrevê-la,  que a frase teria o seu tanto de artificiosa e entraria ali como um efeito especial.  Mas a certeza que eu tinha disso me enchia de orgulho, por ter conseguido encaixar de forma tão justa uma frase que me parecia tão bonita, ao final de um passeio de um dia que findava, as estrelas indicando que anoitecia.  A ideia grosseira de que eu a “copiara” me chocou.  Tenho a nítida certeza: eu fiquei desconcertado, flagrado num delito que não cometera.  Defender-me disso, como é difícil!  Não adiantou dizer que “de lugar nenhum”, a professora elogiava e, na mesma medida, pra não perder a mão “pedagógica”, me censurava.  Não lembro quanto tempo levei para desistir de me defender.  Lembro com muita clareza que fiquei puto.  Não humilhado, mas com raiva do que me parecia ser alguma coisa descabida.  Não pensei nestes termos, mas era provável que sim, que eu tivesse lido aquela frase em algum lugar, eu lia muito, o imaginário daquele texto estaria certamente impregnado de A ilha perdida, da Senhora Leandro Dupré, de Coração, talvez mesmo de Cazuza, de Viriato Correia, dos livros de Lobato, quem sabe mesmo de Pinóquio. Era minha maneira de dialogar com minha rede de leitura (repito: claro,  não formulei nesses termos).  Talvez ainda a tivesse ouvido  num filme, o que seria menos esperável, pois eu não ia tanto a cinema assim, dependia de meus pais me levarem, e televisão talvez ainda nem tivéssemos em casa – era primeira metade da década de 60.
            Não lembro sequer se comentei o assunto em casa, acho que não. De qualquer forma, o  que no caso das postas ferozes de peixe fora um oportuno corretivo – se bem que zombeteiro – , se transformava aqui,  nessa  desconfiança que lançava a pecha de fraude sobre o que fora um esforço de poetizar o relato já de si ficcionalizado, num estranho cerceamento ao exercício da leitura em seu livre trânsito para se transformar em escrita .  Mas penso estar seguro do que digo: essas coisas creio que não chegaram nunca a me doer em excesso.  E assim como minha atenção aos dicionários foi despertada por aquele primeiro caso, talvez este segundo tenha me chamado atenção para a desnecessidade de se “poetizarem” textos que podem perfeitamente dizerem o que dizem  sem serem adornados, enfeitados.  Uma lição cabralina, eu diria, no torniquete da repressão magisterial.  Talvez eu force um tanto a barra aqui, procurando sentido para o que provavelmente   não tenha, mas acho que sempre desconfiei de linguagem adornada, lantejoulada.  Seja como for, decorrente disso ou não, é certo que desconfio sempre,  quando identifico “poetizações”,  se não da honestidade de quem escreve (como um plagiário criminoso), daquilo mesmo que está escrito.



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          Talvez cumpra dizer que  a própria experiência de leitura, digo: do texto literário mesmo, sempre teve para mim o seu tanto de deceptivo, e não exatamente no sentido de que fala Barthes. E sim deceptivo porque manco, porque a enorme gama de prazer que sempre experimentei ao ler foi via de regra acompanhada de uma dimensão de dor, de medo, de raiva, de frustração, de sentimento de recusa, o que tinha a ver com a própria obra lida.  O primeiro livro que li, aos seis anos, Marcelino pão e vinho, uma tenebrosa estorinha infantil de grande sucesso na  época da ditadura franquista, fazendo jus a toda a morbidez do mais escuro da alma espanhola, para mim foi emblemático do que muito tempo depois formulei assim: o primeiro livro lido me aproximou para sempre da literatura e me afastou para sempre do catolicismo. A essa dimensão dúplice, a que falta plenitude (acho mesmo que louvo essa falta)  é o que eu chamo um certo caráter  “manco”. Outros exemplos: pouco depois de Marcelino  li o Pinóquio de Collodi, não aquela versão adocicada do filme da Disney (que até hoje me parece insuportável), e não só senti medo concretamente em inúmeras passagens (como não temer aquele mundo de salteadores, vigaristas, como o gato cego e a raposa? e a terra para onde os meninos fugiam no meio da noite e onde acabavam transformados em burricos?  e a “bondosa fada” morta pela decepção que Pinóquio lhe causara?), bem como não consegui me conformar que ele tivesse que passar por todas as privações e humilhações por que passou para se tornar “um menino”, em vez de continuar singular na sua inteireza de boneco de madeira, podendo reincidir sempre em suas diabruras.  Em Robinson Crusoe, na versão adaptada por Lobato (a integral só vim a ler muito depois)  nunca me pareceu muito aceitável que Robinson  deixasse a ilha para tornar à civilização, no que me parecia – e também a ele, afinal, que saíra espontaneamente para se fazer  marujo – a existência desenxabida de antes.   E assim sucessivamente, eu diria. Nesse sentido, acho que só a maçã cravada entre as costelas de Gregor Samsa fez com que eu perdesse o sentimento deceptivo para perceber – aceder ao, diria o jargão – o caráter em última análise simbólico do texto literário.  Mas aí eu já tinha 15 anos. Penso que aqui já seria o deceptivo de Barthes.


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           Mas houve um caso diferente que marcou num breve tempo etc: acho que agora eu já estava no 3o.  ano ginasial, o correspondente hoje à 7ª. série. Foi um ano terrível, o da minha primeira reprovação na vida escolar (houve outra, já no ensino médio), no qual o meu único triunfo foi um prêmio em  redação.  Não tenho a menor ideia de qual era o tema, lembro que ganhei uma alentada antologia de textos em verso e prosa – não, não era a do Fausto Barreto e Carlos de Laet , embora fosse volumosa – que muito me gratificou e da qual muito me servi em minhas descobertas, encantamentos e, claro,  recusas literárias.  O professor era um homem de meia idade, que para nós, alunos, parecia velhíssimo, chamava-se José Orindes, ou era esse o nome  que eu conseguia decifrar.  Ele fez um simpaticíssimo discurso ao meu texto e a mim, e disse que talvez fosse esperável que ele me desse de prêmio o livro mais lido e comentado do momento, o best-seller de José Mauro de Vasconcelos, Meu pé de laranja lima.  Fez uma pausa e disse que ele tinha lido e achava  que a qualidade não fazia jus à fama. Chegou a ser quase apupado pelos meus colegas  que tinham lido o livrinho;  eu, que também o tinha lido e achado sem graça, muito piegas – embora me agradasse a ambientação no bairro de Bangu, que era um esplêndido time de futebol naquela época, pelo qual meu irmão torcia – adorei ver que era possível um professor contrariar  tão decisiva e claramente a opinião geral de uma turma, ainda mais de pré-adolescentes folgados e barulhentos, como deviam ser os de uma escola pública em  Copacabana.  E mais, que dissesse, rindo e contemporizando, o parêntese e  as palavras finais do discurso-elogio que me proferia: “Está bom, gente, é só uma opinião pessoal.  De qualquer maneira, acho que será mais proveitoso o livro que estou dando, porque são vários textos de muitos autores diferentes.” O acerto do velho professor foi decisivo.



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           Muito mais estranho... aliás, acho que muito mais estranho do que a maioria das coisas que passei na vida, foi o 2º. lugar  que tirei num concurso de âmbito estadual, quando  eu estava cursandoo  4o. Ginasial – agora no Colégio Pedro Bruno, em Paquetá – num concurso que tinha por tema a ideia de “conciliar”... neste caso o estranho é a impressão que eu tenho de que  à medida que a história  se desenrolava as coisas iam ficando mais obscuras, incompreensíveis, sem sentido e, tentando olhar de hoje, não tenho quase que nenhuma nitidez sobre os fatos e os não-fatos que cercaram esse episódio.   Foi um prêmio estadual, quero dizer, no âmbito da secretaria de educação, mas tenho a impressão de que de alguma maneira havia um vínculo qualquer com o ministério da justiça.  O ano era 1971, ditadura Médici.  Lembro que o diretor da escola de Paquetá foi comigo e com meu pai à solenidade de premiação,  e os dois, que eram amigos e tinham veleidades de esquerda, riam meio contristados e meio divertidos, falando no Gaminha,  que o “Gaminha vai estar lá”.   Nem de longe eu entendia o que seria aquilo de Gaminha, até porque – penso hoje – talvez eles não quisessem talvez me decepcionar ante a magnitude do prêmio a mim atribuído.  Lembro que na hora da solenidade fiquei aliviado por não ter ganho o primeiro lugar, caso em que eu teria de ter feito um discurso e tê-lo lido.  Lembro que os três melhores trabalhos foram lidos por um locutor oficial,  e que  procurei prestar atenção em especial no primeiro colocado, para entender no que ele seria melhor do que o meu.  Percebi de cara a diferença: o primeiro lugar era mais lúcido quanto ao real sentido do prêmio e da proposta que o movera.  Não apenas tinha uma estrutura dissertativa propriamente dita – o meu não passava de anotações soltas, um tanto líricas  e fragmentárias em torno da palavra “conciliar” – como caprichava ao falar da  real necessidade de construir uma nação em torno de um ideal de conciliação.  Quer dizer – mas isso não ficou claro para mim logo de imediato, ficou apenas a sensação de que eu não tinha entendido tão bem a proposta – o concurso buscava sem dúvida fazer com que a garotada, a juventude, eu, nós, embarcássemos na retórica oficial do poder ditatorial, que travava uma luta sanguinária longe do alcance da opinião pública contra a resistência armada (a repressão chamava de  “terroristas” e pregava fotos dos rostos de procurados em locais de grande circulação) e não estava aí para brincadeira: modestamente, eu poderia dar a minha contribuição entre os corações e mentes cooptados, era o que estava impresso de fundo, mas não estava escrito com todas as letras. 
            Agora, o que disso tudo era claro para mim na hora em que eu lá estava, num salão de repartição pública  em um prédio no centro do Rio?   (Não, não era no Palácio Capanema, o que reforça a minha impressão de hoje de que o prêmio tinha alguma conexão com o ministério da justiça da ditadura).   Nada me era claro.  O que me fez pensar nessas coisas todas foi só o nome “Gaminha” e o sussurro que entreouvi – do meu pai? de seu amigo,  o meu diretor? – que ele estaria lá e que ele era o ministro da justiça. Foi isso que acabou a posteriori rebobinando  esses acontecimentos que tento ordenar.  Gaminha era o sinistramente carinhoso apelido de Gama e Silva, ex-reitor da USP, onde fizera carreira dedurando colegas professores,  e que chegara a ministro da justiça, tido e havido por muitos como a mão que redigiu o AI-5.  Sim, lá havia um senhor idoso que parecia presidir a cerimônia e ouvia eu o murmúrio de que era o Gaminha, mas não creio que fosse ele mesmo, embora de fato estivesse no papel de a principal autoridade ali.  Vou ao Google agora,  pesquiso retratos da figura e não, não me acende em nada a lembrança. Além do que, também me informa o Google, o ministro da justiça da ditadura no período Médici era Buzaid. 
Repugna-me escrever esses nomes aqui.  O que não era claro então, mas me inquietava ao perceber essas conversas veladas, essa solenidade pomposa (o autor da redação que ficou em primeiro não apenas teve que ler um discurso especial para a ocasião, como ainda vestiu ridículas luvas brancas para assumir seu papel, o que aumentava meu alívio quanto ao de que me livrara), essa coisa estranha de retórica grandiloquente citando a toda hora a conciliação e o papel das forças armadas e o destino grandioso da pátria?  Refeita a pergunta pela embocadura negativa, a resposta é a mesma: nada me era claro. Eu era leitor de jornal, era leitor do Pasquim, há pelo menos uns dois anos eu tinha cada vez maior interesse pelas coisas ao meu redor, as visíveis e as ocultas, algumas perguntas já naquela época tinham ficado sem resposta para mim, agora lembro delas e me são dolorosas, misturam-se com o que eu já ouvira o diretor da escola mencionar mais  de uma vez sobre uma querida professora de português que eu tivera em Paquetá, uma morena doce e de feições que me  lembravam  Nara Leão e que abandonara as turmas  às pressas, ela gostava tanto de mim e do que eu escrevia, certa vez captei uma conversa que já bastante tempo depois me levou a concluir que seu marido estava na clandestinidade e tinha sido preso ou morto, me lembro que falavam agitados o professor de educação física que era muito seu amigo, ela e o diretor da escola, isso na ponte de embarque na Praça Quinze, e ela não entrou na barca, voltou acompanhada não lembro de quem, e nunca mais a vi, nunca mais ela retomou seu lugar, chamava-se Maria Helena.  Algumas vezes ainda, no tempo que passei na escola em Paquetá perguntei uma ou duas vezes por ela, nunca obtive nenhuma resposta conclusiva.  Em parte agora, em parte então,  tento juntar sem sucesso essas duas partes, tentava achar algum sentido em estar ali naquela cerimônia que tinha o seu de grotesco, falando – a troco do quê? – em conciliar, conciliação, penso que tive a intuição certa e não deixo agora de sentir um certo orgulho por ter feito um texto tão fragmentário, tão descosturado e que certamente por seus traços “poéticos” (mas copiados de quem?)  conseguira ir tão longe na premiação, esses acontecimentos agora que relato aqui continuam desconexos mas fazem seu sentido, mais do que o aparentemente pacato cotidiano que vivíamos naqueles anos, TV e mais TV, as redes de supermercado cada vez mais invasivas, o hábito de não se poder falar nada às claras, cachorros mortos nas ruas, policiais vigiando, o sol batendo nas frutas, sangrando etc.






2 comentários:

  1. Belo texto, Bozzetti, despertou memórias em mim também, dos mesmos livros, de experiências semelhantes com redações escolares, de professores e amigos "desaparecidos", dos cochichos, do medo - e da literatura permeando tudo isso, via canções, via teatro, via livros e filmes. A Nica postou lá no fb e lá mesmo fiz um outro comentário. Recordar é viver. Vamu qui vamu.

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