Passado é outro nome de memória
e é vertical no espaço, poço fundo.
Quem debruça na borda deste outubro
colhe avencas-de-maio, aqui e agora.
O que Amanhã supomos não se move
em nossa direção. Nem vamos rumo
senão do que é presente e nos mergulha
na lembrança, e diremos ser história.
A estrada é que perpassa, não a hora.
Coevos do que fomos e seremos,
chamemos de paisagem, não de tempo,
esse fluir sem fim que nos devora
− ou chamaremos de vento, e chamaremos
os ramos destas árvores de remos.
Jayro José Xavier. Poemas. 2007.
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