Como acontece com certa freqüência, e é ótimo que assim
seja, ao entrar numa espécie de transe tradutório que o acomete de tempos em
tempos, o poeta professor e amigo Marcelo Diniz costuma me conceder o privilégio de conhecer em primeira mão muito daquilo que vai traduzindo, seja via telefone,
internet ou mesmo pessoalmente. Desta
vez, aproveitei oportunisticamente o fato de ele me enviar alguns sonetos e epigramas, nos quais anda trabalhando, de uma coletânea de
poesia satírica do século XVII francês,
para elaborar – com pouco esforço de minha parte e com muito talento alheio, considerando que
juntei ainda outro amigo explorado por mim, conforme se verá – a última
postagem do ano. Achei que valia a pena
lançar mão de um epigrama dos que Marcelo me enviava, que afinal fala da assinatura ausente, anônima e irreconhecível - e que pouco importa, no fundo, para o gozo da poesia. Bom para lembrar que se fecha um ano e se reabre outro. Fechar e abrir de olhos, enquanto ao menos assim for.
Passo a
palavra ao profeçor Marcelo, para que ele mesmo explique as circunstâncias do pedido e do que se trata:E aqui a sua tradução e o original:
EPIGRAMA
o riso amigo da saúde
dos mortais sabedoria
eu curti sempre que pude
pois desopila e alivia
o poeta cuja poesia
nos faz rir se divertindo
anônimo todavia
aqui libo bebo e brindo
épigramme
le ris compaignon de santé
est propre à
la race mortelle
j’ay souvent expérimenté
qu’il fait grand bien à la
ratelle
ce poëte n’est pas sans cervelle
qui nous fait rire en esbatant
je ne sait pas comme il s’apelle
mais je vait boire à luy autant
Então reforço os votos do
Marcelo, o qual acrescenta em seu bilhete que
Nenhum comentário:
Postar um comentário