segunda-feira, 3 de agosto de 2015

AH, UM SONETO... de EDWARD LEAR (1812-1888)


CARANGUEJOS RASTEJAM FRIOS

 

Caranguejos rastejam frios nas colinas,
Mais frios os pepinos que abaixo os povoam,
E mais frias as fendas brônzeas que coroam
        Treva em tédio das filosofais aspirinas!
Pois quando a leve pele do néctar apinha
As amplas taças, de homens e demônios cheias,
Ali se oculta o fraco rato, a ave plebéia,
         E por lá o porco-espinho com todos espinhos.
Também fica a tecer em solene tensão
O triste divagar – que moroso morria,
A diária partida no partir do dia
Gama de verde ervilha em distante extensão
Quando focas manhosas estão em congresso –
         Assim assim é a vida –





COLD ARE THE CRABS

Cold are the crabs that crawl on yonder hills
Colder the cucumbers that grow beneath,
And colder still the brazen chops that wreathe
      The tedious gloom of philosophic pills!
For when the tardy gloom of nectar fills
The ample bowls of demons and of men,
There lurks the feeble mouse, the homely hen,
      And there the porcupine with all her quills.
Yet much remains -- to weave a solemn strain
That lingering sadly -- slowly dies away,
Daily departing with departing day.
A pea green gamut on a distant plain
Where wily walrusses in congress meet--
      Such such is life —

In: José Lino Grünewald (org. e trad.). Grandes poetas da lingual inglesa do século XIX. RJ: Nova Fronteira, 1988.

 
 


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