VIDA... VIDA DE MIM SE DESPEDINDO
Uma vez, pela rua de Constante Ramos...
Onde ia ao andar que dou todos os dias,
– Os oitizeiros com folhagem nova –
De um verde claro e brando, de um verde branco e raro,
Provindo da pelúcia que as folhas lhe revestem
– Verde novo, igual todos os anos, obediente (dócil),
Verde branco e próprio, minúcia de verde!
Uma vez pela rua de Constante Ramos...
Atrás de mim ouvi vozes infantis,
Macias de pelúcias sorridentes:
– Moço! Moço! Diziam.
[Pensei comigo: alguma brincadeira (astúcia)
A me fazer estão estes pequeninos]
Antes, porém, de me voltar para olhar,
Ao meu lado passaram sete meninos
Corados
– Fortes, rosados, contentes, risonhos –
Passaram, e a alguns passos de distância,
Dois deles se voltaram, rindo (argúcia de rir),
Alegres, felizes como quem vai partir,
Voltaram-se, rindo, e, agitando as mãos,
Me disseram adeus.
Vida... vida de mim se despedindo.
Joaquim Cardozo. Poesias completas. Civilização Brasileira, 1979.
Bonito!
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