Na esquina, os três parados e silentes
sentados um virado para oeste
outro para norte
e a mulher
olhando para a parede a 2 metros do nariz
(na direção leste)
parecia cena morta de filme
deixada ali pra encher o quadro
ou por inabilidade do diretor
enfim parecia coisa de cinema
e a cena era da vida real
eu fui andando sem me desviar um nada de pra onde eu já tava mesmo indo
passaram por mim também três crianças com o riso perverso das crianças de seis anos, e dois camaradas discutiam sobre um endereço no qual eles precisavam entregar uma mercadoria – na direção do sul o sol do cair da tarde era uma mescla de azul cobalto e ouro rubro ao norte enormes cumulus nimbus toldavam as perspectivas do que seria o desenrolar da noite abafada professor, professor ouvi que me chamavam, olhei e acenei sem ter a menor idéia de quem fosse a tempo de pensar que as três pessoas na esquina olhando nas direções desencontradas e o resto desta caminhada de uns 40 metros não tinham conexão alguma, bem como a linda menina de olhos verdes que me chamou professor, professor, sem saber que não ando mais disposto a ser professor de nada de explicar coisa alguma pra quem quer que seja e agora ao escrever continua a sensação das coisas sem qualquer conexão, como o fato de eu ter entrado no meu carro velho e ter partido de volta pra casa pensando nas coisas que acontecem nos filmes que achamos ruins por conta de nossa burrice.
que belo, bozzetti !
ResponderExcluirtambém gostei
ResponderExcluirObrigado, queridos!
ResponderExcluirAbraços