quinta-feira, 24 de maio de 2012

CAVALEIRO BEN


Cavaleiro cavaleiro cavaleiro cavaleiro
doce almuadem suburbano genial selênico
cavaleiro chichisbéu cavaleiro lunático
cavaleiro tuareg
terráqueo
guitarreiro epitalâmico habitué dos gineceus
seresteiro das lajes modinheiro dos haréns
ereto opiniático sobranceiro erótico fálico protetor
nos flagelos terremotos incêndios e inundações
ditirâmbico dos himeneus
cavaleiro genitálico cavaleiro jorge cavaleiro
imaculado cavaleiro sem aríete muezim
do Rebouças do Santa Bárbara do Velho
do Novo do Sá Freire Alvim e do Tempo
sem começo e sem fim sua voz dentro e fora
do buzu do obus do ouvido da boca da flor
da rosa de ouro do mengo do metrô domingo
domingas domingou linda toda de branco
opus infinitum opus incertum opus inumerável alquimia
de piquenique na quinta no maraca na saara no zoo
queremos guerra e rum paz e arroz uísque com cerveja
minete com amor e outras mumunhas mais
até amanhã até depois principalmente até demais
entrópico sentimental crédulo festeiro hermético simpático
simpático cavaleiro despótico cavaleiro
epifânico
cavaleiro
cavaleiro cavaleiro cavaleiro cavaleiro
jor

Roberto Bozzetti. Firma irreconhecível. Oficina Raquel, 2009. 

3 comentários:

  1. Muito bem, Bozzetti. Agora falta escrever um poema pro Seu Jorge. Grande atualizador da obra do Ben, concorda?
    Abs,
    Gerônimo

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  2. Gerônimo,
    não sei se concordo, pois conheço pouco o que Seu Jorge fez e faz. Algumas coisas que ouvi me lembraram Jorge Ben, devo dizer que às vezes até demais.
    Seja como for, "escrever um poema para" é algo bem mais complexo, a obra de Ben me acompanha há quase 50 anos, e é claro que um poema como este que ousei publicar em livro e postar me encabula, como algo que necessariamente está bem abaixo de toda a significação que Ben tem para mim.
    Obrigado pelo comentário. E pela sugestão.

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