O estranho quadrúpede que percorreu agora à noite todos os
quatro cantos aqui do meu pátio tinha a compleição de um homem adulto ao qual
estranhamente alguém – ou alguma coisa – tivesse encaixado um cubo maciço na
região torácica e, por conta disso, as duas patas originais se houvessem
transformado em quatro. O fato de ser
inamistoso e barulhento em seu mover-se pesado não me impediu de aguardar que
surgisse da zona escura do fundo do
quintal, de entre as bananeiras e, mostrando-se à luz, não fugisse à minha aproximação nem parecesse
importar-se com ela. Lanterna em punho,
fui em sua direção, como se este ato
firmasse resolutamente minha descrença
em entes sobrenaturais: o único olhar que me lançou era de quem me
compreendia; era de quem não se
acreditasse.
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