AMOR
CONDUSSE NOI AD UNA MORTE
Quando o olhar adivinhando a vida
Prende-se a outro olhar de criaturaO espaço se converte na moldura
O tempo incide incerto sem medida
As mãos que se procuram ficam presas
Os dedos estreitados lembram garrasDa ave de rapina quando agarra
A carne de outras aves indefesas
A pele encontra a pele e se arrepia
Oprime o peito o peito que estremeceO rosto o outro rosto desafia
A carne entrando a carne se consome
Suspira o corpo todo e desfaleceE triste volta a si com sede e fome.
Poemas de Paulo Mendes Campos. Civilização Brasileira/MEC, 1979.
Paolo e Francesca. Sergio Ferro |
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