E-MAIL A MURILO MENDES
colibris,
nos cílios do vento,
bebem de
rios inventadosformigas vermelhas carregam lascas de pinho
sobre a
pele glacial de um arlequim morto
poemas beijam a copa das árvores
e, estas, em êxtase, estendem os ruídos do outono
as três
marias doam brancuras às horas azuis
a procissão
está grávida de quantos milagres?
as frutas
sobre a mesa, próximas à colher de prata,
supremas e
humanas, em cor, água e gesto
a morte
também nos leva as canções?
a morte
nunca esquece?
a
letra-harpa foi morar na fábula
dias
frágeis abandonam insônia no piano
Fabiano
Calixto. Música possível.
7Letras/CosacNaify, 2006.
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