IRMANDADE
O meu irmão
habita os pântanos e os bosques
ermos, os fundos
dos quintais onde não vai
ninguém. Eu tive a mesma mãe e o mesmo pai
mas gosto mais
das aquarelas dos pomares,
dos lugares
aéreos, de coisas assim.
Eu toco címbalo e
marimba, ele mergulha
nas oceânicas
igrejas, conchas, símbolos
significando nada
além dos seus barulhos
e é um devorador
de ostras e escraviza
toda mulher que
ama, todos os dragões
que doma; e o meu
esporte é cavalgar a brisa
passageira. Seremos para sempre dois
− como o chá e o
limão, a cocacola e o rum −
até que o acaso
nos convide a ser só um
Tite de Lemos. Marcas do Zorro. Nova Fronteira, 1979.
Convido o leitor ao outro soneto de Tite de Lemos nesta série. http://robertobozzetti.blogspot.com.br/2011/02/ah-um-soneto-vii.html
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