EUPOEMA
O lugar onde eu
nasci nasceu-me
num interstício de marfim,
num interstício de marfim,
entre a clareza do
início
e a celeuma do fim.
e a celeuma do fim.
Eu jamais soube
ler: meu olhar
de errata a penas
deslinda as feias
fauces dos grifos e
se refrata:
onde se lê leia-se.
Eu não sou quem
escreve,
mas sim o que
escrevo:
Algures Alguém
são ecos do enlevo.
Décio Pignatari. Poesia
pois é poesia: 1950-2000. Ateliê
Editorial; Editora da Unicamp.
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