SOBRE ROMA
Recém-chegado
que, buscando Roma em Roma,
não encontra, em Roma, Roma alguma,
olha, ao
redor, muro e mais muro, pedras rotas,
ruínas, que assustam, de um teatro imenso:
é Roma isto
que vês – cidade tão soberba,
que ainda exala ameaças seu cadáver.
Vencido o
mundo, quis vencer-se e, se vencendo,
para que nada mais seguisse invicto,
jaz, na
vencida Roma, Roma, a vencedora,
pois Roma é quem venceu e foi vencida.
Só resta,
indício do que já foi Roma, o Tibre:
corrente rápida que corre ao mar.
Assim age a
Fortuna: o que há de firme passa
e o que sempre se move permanece.
O rio Tibre em roma |
DE ROMA
Qui Romam
in media quaeris nouus aduena Roma,
Et Romae in
Roma nil reperis media,
Aspice murorum
moles, praeruptaque saxa,
Obrutaque horrenti uasta theatra
situ:
Haec sunt
Roma: uiden uelut ipsa cadauera tantae
Vrbis adhuc spiret imperiosa minas?
Vicit ut
haec mundum, nisa est se unicere: uicit,
A se non
uictum ne quid in orbe foret.
Nin uicta
in Roma uictrix Roma illa sepulta est?
Acte eadem uictrix, uictaque Roma
fuit.
Albula Romani
restat nunc nomini index,
Qui quoque nunc rapidis fertur in
aequor aquis.
Disce hinc
quid possit fortuna: immota labascunt,
Et quae perpetuo sunt agitata
manent.
In: Nelson Ascher. Poesia alheia: 124 poemas traduzidos. Imago, 1998.
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