terça-feira, 1 de maio de 2012

WILLIAM CARLOS WILLIAMS


A CHAMINÉ AMARELA

Há uma pluma
de fumaça cor
de carne pálida no azul

do céu.  Os aros
prateados que circundam
a longos intervalos

os tijolos amarelos da
chaminé cintilam
nesta luz

ambarina – não
do sol não do
pálido sol mas

de seu irmão
nato o
outono

 
THE YELLOW CHIMNEY

There is a plume
of fleshpale
smoke upon the blue

sky.  The silver
rings that
strap the yellow

brick stack at
wide intervals shine
in this amber

light – not
of the sun not of
the pale sun but

his born brother
the
declining season

            Tradução de José Paulo Paes

In: William Carlos Williams: poemas.  Companhia das Letras, 1987.

3 comentários:

  1. Que beleza! Não conhecia. Fiquei encantada com poema e tradução, mas ao mesmo tempo intrigada. Sigo pensando se é possível a tradução de um poema, que está muito além das palaras...
    Um grande beijo e obrigada por esse presente num frio primeiro de maio. :)

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  2. Débora e Vanessa,

    de fato, é um poema belíssimo, de um poeta que venho descobrindo lentamente. Agora, Débora, a questão da tradução de poesia é fascinante, uma questão de que venho, também aos poucos, me aproximando de tempos para cá, me inteirando das discussões. Nós no Brasil podemos nos dar por felizes por termos tradutores de poesia exepcionais de diversas línguas, tais como Paes, os irmãos Campos, Décio Pignatari, Nelso Ascher, André Vallias, Antonio Cícero, José Lino Grünewald e outros e outros. Enfim, estamos bem servidos.
    Um beijo pra vocês duas,

    do Bozzetti

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