QUEM VIVER
A Marlene de Castro Correia
alguém me disse:
do fundo da terra
partirá um trinado
do fundo da treva
partirá um trinado
do fundo da selva
partirá um trinado
partirá um trinado
partirá um trinado
partirá um trinado
do fundo da vida
ninguém me disse:
do fundo da terra
partirá um blindado
do fundo da treva
partirá um blindado
do fundo da selva
partirá um blindado
partirá um blindado
partirá um blindado
partirá um blindado
e é só o que sei
Remexendo em velhos arquivos, volta e meia me
deparo com coisas bem remotas “em forma de poemas antigos, relidos”, como no
verso de Paulinho da Viola. Já postei
aqui mesmo no Firma, um poema que publiquei em 1977 no número 9 da prestigiosa
revista JOSÉ (dezembro de 1977). Veja-se o link:http://robertobozzetti.blogspot.com.br/2012/08/um-que-ja-tem-tempo.html
Esse outro poema da primeira juventude foi
escrito no mesmo ano, que, vejo aqui, foi muito produtivo. Acho que posso atribuir isso a um excelente
curso livre de criação poética que fiz na UFF com a professora Marlene Castro
Correia, quando cursava meu segundo período em Letras. A professora Marlene foi uma guia generosa e
segura ao me apresentar as provocações de Pound e dos concretistas, além das
teorizações muito produtivas de Jakobson e Chklovski e da leitura muito atenta da
prática poética de Drummond, Augusto dos Anjos e Eliot, entre outros. Por conta disso, dedico-lhe.