domingo, 7 de junho de 2015

ROGÉRIO BATALHA: DOIS POEMAS E UMA CANÇÃO


MIRRA E MERDA

 
negroazul
do cós
ao cu

rapsodo
de nós
todos
 
exposto
(cara a cara)
entre a pelúcia
e a piaçava

costurar
mirra
e merda
é o que mais me interessa.

 

PROVAR

sentar
na tinta fresca
provar
inóspitas belezas

 

                            Rogério Batalha. Inventário.  RJ: TextoTerritório, 2014.
 
 
 
 
 
 
 

ALIÁS

 
(Paulinho Lêmos – Rogério Batalha)

Então escapar
do absurdo vendaval
Como meliante ou retirante nau
Depois juntar
os farelos da ilusão,
os apelos do coração
E se atirar novamente ao mar...
Se o medo não tem esperança
No fundo, quem é que pode mais?
Se De La Mancha bordou com sua lança
devaneios imortais...
É, quem foi que disse
que de nada adianta
debater-se sobre mares irreais?
Se afinal de contas
Desvarios à boca
Já alimentaram um cais, aliás.

 

 

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