segunda-feira, 30 de abril de 2018

POEMA DOS FINS


(DILUÍDO DE AUGUSTO DE CAMPOS)
                                     

                              para Rosemary Granja


Diante do fim sempre a pergunta:
Com que fim
resvala o corpo ao ermo?

Silenciosos sós como pós
nós nos
vivemos na orla do cosmos

Por muitos átimos
intermitentes
vazios  entre orgasmos

habitamos - e nos olhamos
nas cismas
de almas a esmo

Os que aqui ficamos
nos abraçamos
como um fim em si mesmo.


Foto: Carolina Bezerra

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