quarta-feira, 20 de abril de 2016

ADÃO VENTURA (1946-2004)


NEGRO FORRO

 

minha carta de alforria
não me deu fazendas,
nem dinheiro no banco,
nem bigodes retorcidos.

minha carta de alforria
costurou meus passos
aos corredores da noite
de minha pele.




In: Paulo Colima (org.). Antologia contemporânea da poesia negra brasileira.  SP: Global, 1982.


Ilustração de Talarico
 

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