“Nunca estão todos
(...)
E não há outros.”
(Caetano Veloso)
Que bonito ele está!
(ora por quem sois)
Que bonita ela está!
pena que
seja fumante
pena que
dê a bunda
pena que não
pena que
beba demais
pena que
não dê valor ao que tem
pena que dê
pena que
tenha se misturado com quem não devia
pena que
viva a vida como quem não deve
pena que
não acredite em Deus
pena que sim
pena que
tenha se convertido
pena que
seja macumbeiro
pena que
seja preto
pena que
seja branco
pena que
goste de mulher
pena que não
pena que
malbarate a herança
pena que
tenha se perdido
pena que
use você sabe o quê
pena que
more mal
pena que
não faça nem um regimezinho
pena que
não tenha moral
pena que tenha
pena que
seja ele
pena que
seja ela
Po, bacana esse poema concretista. Próprio punho?
ResponderExcluirObrigado pelo "bacana", Giorgio. Mas o texto não tem nada de "concretista", longe de ter essa pretensão. É de certa forma uma brincadeira bem humorada com os procedimentos que estão em certos experimentos de vanguarda dos anos 60, mais em Affonso Ávila, por exemplo. Mas é também sem pretensão, quase uma brincadeira circunstancial.
ResponderExcluirAgora, sempre que não vem assinalada autoria, em qualquer publicação aqui, é porque é "do próprio punho", sim. Engraçado é que não é a primeira nem a segunda vez que vem essa pergunta. Você, como leitor, acharia necessário que mesmo nos meus textos eu "assinasse"? Acho que fica meio redundante. Talvez uma notinha de caráter geral esclarecendo resolva, não sei.
Um abraço do
Roberto Bozzetti
Que ar mi dá esse poema!
ResponderExcluirNino
Decodificado, Nino!
ResponderExcluirbeijão
A cada verso imagino uma voz diferente.
ResponderExcluirÉ eu sei.. Viajo às vezes.
Tati,
ResponderExcluira percepção é boa, claro. Acho que estão aí basicamente três vozes, uma delas discordante, não é?, ou pelo menos relativizante dos preconceitos emitidos em acorde pelas outras duas. Como o sentido geral é brincar com os preconceitos e como eles buscam de certa forma captar os mais comuns na instituição familiar como um todo, é claro que você pode - ou deve? - ouvir aí várias vozes.
Viaje, pois.
Um beijo do
Bozzetti
Ahhh que bom que eu pude viajar! É que meu medo é viajar muito e sair do poema em questão...
ResponderExcluirCaraca. Adorei. A síntese daquelas "pessoas da sala de jantar ocupadas em nascer e morrer". (mas não antes sem falar mal de meio mundo)
ResponderExcluirQue bom! Sim, a canção de Caetano & Gil sinaliza há 50 anos as necessárias transformações da esfera familiar.
ExcluirObrigado, um beijo