JORNALISTA E BANQUEIRO
a jornalista renomada
porque domesticada
entre
vista
o banqueirão especializado
no que os banqueiros sempre
se especializaram
ele sorri beneplácito
ela finge inquiri-lo
as perguntas e as respostas
sorriem tergiversativas
por cima da vida vegetativa
dos magotes de sobreviventes
ela se diz preocupada
com a paisagem social
mas elogia a sala elegante do
Banco Central onde transcorre a conversa civilizada enquanto ele
faz cara de paisagem
na parede ao fundo as cores e
linhas básicas de Volpi
e as crianças de Portinari
- que morreu envenenado pelas
tintas de seu ofício -
asseguram a dignidade possível
o sopro
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