terça-feira, 25 de julho de 2017

PENÉLOPE



Fiou para mim uma história longa
ao cabo da qual eu morria;
meus olhos postos no horizonte longe,
fui o nauta português
fui o viking
ou apenas mais um contrabandista de bacalhau
enquanto  sustentava meu povo
a arenque e carne
de rena
que mais fui eu,
fui o  lendário urdidor de estratagemas
e o que me restaria
se não morrer antes de chegar,
mas não morri e agora
ouço que ela me conta
o que fantasiou
torcendo pela minha ausência
que se perpetuasse
e ela vivesse a justa glória
da fiel expectante
por mim, o aventureiro
que apenas desfilei por todos os quadrantes
minha abulia
a mesma de que já sofria
quando de seu lado

parti. 




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