Lançado
no dia 23 de junho, meu terceiro livro de poemas, Despreparação para a morte, pela Editora TextoTerritório.
Com a
bela capa de Talarico – meu ilustrador habitual aqui no Firma – e texto de
orelha de Adriano Nunes (cf. abaixo) , o livro pode ser adquirido através de
contato com a própria editora no link
ou
acessando via Facebook em
A beleza irônica do despreparo
– Por Adriano Nunes
O
que se deve buscar, in totum, num
livro de poemas, além de poemas, claro? A beleza poderia ser uma das infindas
respostas. Após a leitura atenta do livro Despreparação
para a morte, de Roberto Bozzetti, deparei-me com um dilema intrigante: até
que ponto é possível atingir, através de signos e significados, imagens e
sentidos, formas e espaços, uma beleza não convencional, despreparada ad hoc, não comedida e nem toujours prêt-à-porter, dotada de
deboche, riso, trivialidade, ironia e astúcia e, ainda, amalgamá-la a
artifícios e recursos clássicos? Como impregnar a beleza de inteligência,
vivência, maturidade, sapiência, sem lhe dar ares e eras de arte
pretensiosamente bem comportada, para satisfazer as exigências sub-reptícias do
leitor? Nesse labirinto borgeano em que me desencontrei, preferi não ir atrás
dos fios de Ariadne: dar-me inteiro e pleno a cada verso, a cada estrofe, a
cada poema poderia (e pôde!) conduzir-me a um recanto onde, conforme Coleridge,
eu estaria cercado pelas melhores
palavras na melhor ordem, isto é, estaria tête-à-tête com a própria poesia, aquela que advém das Musas, para
ser poesia e só. Uma poesia de morte e vida, de consciência, lucidez e de
atrevimento. A morte que se cuide! Se é certo que o tema da morte percorre o
livro, também é certo que a vida, com toda a sua energia
pulsante, escancarada, alegre, dionisíaca, criativa, também transita, com
maestria, pelos precisos versos engendrados pelo poeta carioca. Sem receios ou
dúvidas, constato, criticamente, que o belo livro do amigo Roberto Bozzetti
merece ser lido, relido e, máxime, aplaudido, por tratar-se de um dos mais
belos e impactantes livros de poemas dos últimos anos.
(orelha
de Despreparação para a morte)
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