terça-feira, 14 de junho de 2011

ECLIPSE

Ela sempre soube que a lua
uivava-a. Eu, que a lua agora
contemplo, sem ela sofro
agulhas  na crua ausência
de seu dorso perolado, cor
que a lua ainda mais baldia
torna mais vazia a voz sem uivo
o céu como se não, como se
eclipse.

Ela sempre soube e eu não
sabia, ouvia apenas, o ouvido
colado assim  todo o corpo
a ela entregue submetia-
-me, sumia-me, jazia quase
e sobre mim ela mais desejada
a sua íris jade, pérola da pele
anulando a lua a cidade,
eclipse.

8 comentários:

  1. Lindo demais, é de arrepiar! em voz alta, fica demais!!!!

    Paula Benício

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Obrigado, Paula

    arrepios em voz alta têm muito a ver com o que diz o poema.

    Um beijo do
    Roberto Bozzetti

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  4. Nossa. Lindo mesmo. A sonoridade é impressionante, Bozzetti. Abraços!

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  5. Bo vc tem o dom da palavra! jamais conseguiria pensar algo tão sublime, parabéns!!

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  6. Acabo de alterar o terceiro verso da segunda estrofe. Onde se lia
    "colado assim como todo o corpo"
    ficou
    "colado assim todo o corpo".

    Blog serve também pra isso, as altrações que a gente sempre faz podem ser feitas na frente dos leitores, sem inibição. Possíveis opiniões sobre o resultado da mudança são bem vindas, bem como outras sugestões. Esse poema - que tanto tem agradado - eu acabei de escrever e o publiquei logo em seguida. Nada impede de ir mudando, mudando...

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  7. Verônica, Rafael e Susane,

    muito obrigado.

    beijos do
    Bozzetti

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