sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

AH, UM SONETO... INÉDITO

De Marcelo Diniz


Pousas à branca página com tato
de quem fosse por pétala atraída,
e a superfície tocas, seduzida
pelo que inoculasse no contato,

provas desta corola, todo extrato
que de enigma e de néctar é provida
toda página ou pétala quando lida
por patas que são cílios de abstrato,

são tuas asas duas pálpebras à espera,
narcóticas, hipnóticas, serenas
do que página ou pétala libera,

sorves o mel que a muitos envenena
e findas sem saber qual primavera
carregas ao partir, de pólen plena



           Não, não era esse o soneto da vez... mas fazer o quê? Marcelo me enviou por email, como habitualmente o faz, o seu soneto que talvez seja o mais recente.  Não pude resistir, nem - que este mau exemplo não frutifique - autorização pedi.  Eis que o postei.

P.S.: caro leitor, não deixe de ler o comentário do autor ao final. Ele, advertindo-me sutilmente,  me enviou uma versão nova, "repaginada", que ele não sabe ainda se é a definitiva.  Fica assim sendo este um "post in progress", possivelmente algo inédito no mundo blogueiro.

Um comentário:

  1. Bozzetti, com mania de rascunho, postou um soneto meu ainda nos andaimes. Segue a errata, não sei se defintiva, decerto mais correta:



    Pousas à branca página com tato

    de quem fosse por pétala atraída,

    e a superfície tocas, seduzida

    pelo que inoculasse no contato,



    deitas, ao paladar, sutil extrato

    de néctar que no estame faz jazida

    tuas patas, pela pétala a ser lida,

    tangem, a cada cílio um pizzicato,



    são tuas asas duas pálpebras à espera

    hipnóticas, narcóticas, serenas

    do que pagina ou pétala libera,



    sorves o mel que a muitos envenena,

    e findas sem saber qual primavera

    carregas ao partir, de pólen plena.



    Abraço,
    Marcelo Diniz

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