Pousas à branca página com tato
de quem fosse por pétala atraída,
e a superfície tocas, seduzida
pelo que inoculasse no contato,
provas desta corola, todo extrato
que de enigma e de néctar é provida
toda página ou pétala quando lida
por patas que são cílios de abstrato,
são tuas asas duas pálpebras à espera,
narcóticas, hipnóticas, serenas
do que página ou pétala libera,
sorves o mel que a muitos envenena
e findas sem saber qual primavera
carregas ao partir, de pólen plena
de quem fosse por pétala atraída,
e a superfície tocas, seduzida
pelo que inoculasse no contato,
provas desta corola, todo extrato
que de enigma e de néctar é provida
toda página ou pétala quando lida
por patas que são cílios de abstrato,
são tuas asas duas pálpebras à espera,
narcóticas, hipnóticas, serenas
do que página ou pétala libera,
sorves o mel que a muitos envenena
e findas sem saber qual primavera
carregas ao partir, de pólen plena
Não, não era esse o soneto da vez... mas fazer o quê? Marcelo me enviou por email, como habitualmente o faz, o seu soneto que talvez seja o mais recente. Não pude resistir, nem - que este mau exemplo não frutifique - autorização pedi. Eis que o postei.
P.S.: caro leitor, não deixe de ler o comentário do autor ao final. Ele, advertindo-me sutilmente, me enviou uma versão nova, "repaginada", que ele não sabe ainda se é a definitiva. Fica assim sendo este um "post in progress", possivelmente algo inédito no mundo blogueiro.
Bozzetti, com mania de rascunho, postou um soneto meu ainda nos andaimes. Segue a errata, não sei se defintiva, decerto mais correta:
ResponderExcluirPousas à branca página com tato
de quem fosse por pétala atraída,
e a superfície tocas, seduzida
pelo que inoculasse no contato,
deitas, ao paladar, sutil extrato
de néctar que no estame faz jazida
tuas patas, pela pétala a ser lida,
tangem, a cada cílio um pizzicato,
são tuas asas duas pálpebras à espera
hipnóticas, narcóticas, serenas
do que pagina ou pétala libera,
sorves o mel que a muitos envenena,
e findas sem saber qual primavera
carregas ao partir, de pólen plena.
Abraço,
Marcelo Diniz