sábado, 5 de fevereiro de 2011

NELSON CAVAQUINHO: PODE SORRIR




Pode sorrir pra quem você
quiser
pode até dizer que não
me quer
não precisa
me humilhar
nos olhos da mulher
eu sei
quando ela quer
abandonar o lar

O tempo me ensinou
assim
me respeite até chegar
meu fim
se você
me der adeus
não pense mais em mim
que eu ficarei
com Deus.

                        Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito

            Escrever qualquer coisa sobre Nelson Cavaquinho é um convite irrecusável à sub-literatura, se não for à sub-teoria.
            Convido-me e aceito, sabendo de antemão.
            Egberto Gismonti diz que reformulou tudo o que tinha aprendido até então sobre violão ao ouvir Nelson tocar.
            Paulinho da Viola diz algo muito parecido.
            Fred Martins diz que Nelson é o maior cantor brasileiro, e que sonha um dia cantar como ele.
            Nada disso é sub. É tudo verdade.
            Tudo o que se disser ou escrever sobre ele, sub ou não, tudo é verdade.
            Inclusive: Nelson eu não conheci, mas conheci Guilherme de Brito – mesmo o freqüentei durante uma época.  Guilherme é o Apolo do Dioniso Nelson.
            Cumpri a sina.
            Ouçam com ouvidos de ouvir. Voz e violão em destaque.  Trombone em contraponto magistral.  Acompanhamento discreto dos outros músicos.
            Um dos mais lindos sambas de Nelson e Guilherme.
            É um LP de 1973, da Odeon.

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