Na próxima página
há uma curva
não a do tempo
(propícia curva
a derrapagens
quando se turva
a manhã límpida
que se pensara
inquebrantável)
mas há uma curva
na próxima página
é mais de giro
sobre si mesma
giro que torna
sobre si mesmo
de certa forma
o branco zero
de quando início
desabitadas
todas as páginas
não eram a
próxima curva
curva de fuga
inalcançável
não por fatal
velocidade
que se imprimiu
ao escrevível
e se espatifa
ao ser fechada
na próxima página
curva de oferta
a que se chega
se se chegar
só por descuido
sem interesse
pelo legível
a um endereço
silencioso
imperturbável
onde a letra
não mais se esconde
onde o nome
impronunciável
deita-se ao lado
da assinatura
só por hipótese
já que não vemos
daqui não vemos
não vemos nada
na próxima página.
Roberto Bozzetti
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